sexta-feira, 11 de julho de 2008

Só motivos de orgulho

Não costumo falar mal do Brasil, nem lembro a última vez que o fiz. Mas não é
preciso. Afinal, somos auto-suficientes em petróleo! Exportamos o que não temos e importamos o que nos sobra. Inteligente, não? ...Que seja. Não é o caso. Só vou falar bem. Prometo! És um texto para os “patriotas”.

É realmente lindo acordar disposto, bem cedo, numa manhã de segunda-feira e deparar-se com um homem de trinta anos de idade, e cinqüenta na “cara”, catando papel alegremente, cantarolando, um serviço de alto desgaste físico que mal dá para comprar a janta, mas ele é contente. “É um brasileiro!” somos todos felizes... É digno ver uma senhora, contente é óbvio, rasgando sacolas de lixo em busca de uma comida que vai matá-la, faz isso bem cedo, ás cinco da manhã, pois o frio e a fome não a deixaram dormir. Uma vida que a faz muito bem. Que tal um sorriso de extrema sinceridade de um andarilho que levou uma surra durante a madrugada de jovens alcoolizados que vinham de uma boate, proporcionando-os uma brincadeira muito bacana e divertida? Era só diversão! Fatos comuns da nossa sociedade provida de uma alegria abundante.

Nada mais eletrizante do que presenciar um assalto, uma troca de tiros, fuga alucinantes no meio do dia, tudo em tempo real... Quem precisa de filme-policial? O Brasil é único! Sair daqui, jamais! “Faça o que tu queres, pois é tudo da lei”... Quem dera Raul poder estar vivo para ver esse mundo “livre” como tanto almejara.

Aqui a polícia federal será punida por algemar o bandido e deixar que o povo assista. Que falta de respeito, que grosseria! Algemar o coitadinho? Mostrar para a sociedade que um rico corrupto está sendo preso? Isso é um absurdo! Ainda bem que as providências estão sendo tomadas.
Em Goiânia, Silvia Calabresi faz versão brasileira do Jigsaw. A vítima? A própria filha adotiva! Óbvio, nada mais justo. A ficção bem próxima à realidade. Adoro!
Em São Paulo, foi atribuído “arremesso de criança” entre as atividades de lazer dos condomínios. Para participar, seja bacharelado em Direito e leve a filha, nem é preciso aprovação na OAB. Ainda não!


"Nosso céu tem mais estrelas... Nossas várzeas têm mais flores... Nossos bosques têm mais vida... Nossa vida mais amores."

Caso perguntem, a resposta é espontânea: “Claro, eu amo meu país!”.

sábado, 5 de julho de 2008

Homem, o lado irracional dos leões..

Nascer, crescer, reproduzir... Até então, nada diferente deles, os Leões...
Nunca, nunca mesmo, sabemos o que queremos. Nos envolvemos ao acaso, não nos envolvemos por descaso. E sempre juramos, à favor de todo narcisismo, estar acima dos erros. Está sempre certo... Temos culpa? Não. Não sabemos, pelo grotesco fato de não saber. Parece um pouco boçal, mas não é. É muito. Nascemos tolos. Morremos tolos. Não é preciso lógica alguma. Se sentir atraído, se apegar e de repente não expor mais nenhum interesse. Porque é tão abominável? ...Aconteceu. É a futilidade "almática", não temos culpa. Não é da natureza do homem (sexo masculino), é do ser humano. Eles (os "selvagens") têm "extinto", nós não.
Ainda mais precária, são as taxações, entre; "ele é uma ótima pessoa", "ele é um anjo" e "ele não presta", "és um demônio". Somos todos escravos. Não há distinção. Os leões brigam por carne, nós também... Não arranhamos nem mordemos uns aos outros (pelo menos, nem sempre), mas lutamos de forma covarde. Antes a briga...
Só se é "bonzinho" quando colocado em situação confortável, cercado de um cotidiano que lhe convém, és ruim quando os "benefícios vitais" não existem ou são omitidos. É Justo?
Os leões encaram uns aos outros pois querem viver. Lutamos por sobrevivência de forma desleal. Somos hipócritas. Ao nascer já tiramos oportunidades alheias. Tomamos a "carne" do outro com um sorriso falsamente benigno. Já os leões quando lutam, rugem, enrugam a cara. Eles brigam, fugimos dela em prol de um ambiente pacífico, mas matamos milhares de pessoas diariamente. Fingimos não saber, pois é mais confortável... Os "bonzinhos" não levantam a mão, não gritam, não reclamam, pois o sistema atual faz bem. Eis o egoísmo. Nós, seres humanos, somos ruins por essência. Mesmo isento das metáforas dessas palavras eu penso... Quem dera fossemos tão dignos quanto eles, os leões.

Não há personalidade, nem caráter, nem nada...

"Bom dia mãe...". Você, "Luquinha", saúda a mãe logo ao acordar. Um banho rápido. Café da manhã... Um papo maduro e bem postado com o pai e "tchau". O colégio o espera. No caminho você é apenas ele, o rapaz. No ônibus o menino, o uniforme do colégio reforça essa idéia. Na calçada, frente ao colégio, é o garotão, assim visto pelos vendedores de rosquinhas e sorvete que o reconhecem ao vê-lo diariamente após as aulas, cercado de belas moças. Na sala de aula já é outro, descolado, as gírias o tornam mais original. O andado é outro... É o "Luk" que se senta no "fundão".
Meio-dia, após a aula, você vai ao encontro da namorada em um outro colégio, duas quadras dali. Cadê o "Luk"?
...O romântico, quase-educado e atencioso "Lu", toma a cena. O tempo é curto, mamãe espera "Luquinha" para o almoço. O dia passou rápido. À noite, jantar de negócios do pai. Família toda apronta-se obrigatoriamente... Diante do patrão do pai está você, Lucas Gonçalves, fala firme, olhar fixo. Sério, quase um homem naquela noite. O netinho caçula, bem humorado, amanhã na casa da vovó... E assim, sucessivamente.
Desprezando o nome e os dados fictícios, diga-me... Quem é você?
Nascemos predestinados a sermos hipócritas, por lei de sobrevivência... Mas nós não existimos. Cumprimos papéis. O Luiz Phelipe não existe, Lucas Gonçalves de Alencar não existe.
Somos personagens da vida, nada mais. Você escreve o roteiro, você escolhe os atores... Um dia alguém encerra.