quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Coluna semanal, uma crônica por semana.
Luiz Phelipe Fernandes.

Antes Só Que Mau Acompanhado

Há alguns dias assisti um debate em canal fechado sobre o incentivo político aos artistas e músicos... A discussão (em mesa redonda) só serviu para concretizar uma opinião que já tenho formulada há muito tempo.
O artista brasileiro se “escora” nestas leis de incentivo e crescem subordinados a um público manipulador (falo em especifico aos músicos). Já é comum ligar o rádio ou a televisão e se deparar com um esboço lastimoso da música nacional. Óbvio que existem casos em que há qualidade nas melodias e letras, mas não é concedido “liberdade”, tanto na expressão quanto na divulgação e no direcionamento de “fãs”. A imagem que se tem do grupo musical é extremamente rotulada e os milhões de discos vendidos (que em alguns casos não conseguimos acreditar nesta proeza) foram alcançados graças a imposição hipnótica da mídia naqueles que não conseguem “filtrar” o “lixo social”.
Admiro as bandas independentes e alternativas, pois a idéia não é escrever bonito e filosofar, música não é só bossa nova e MPB, funk não é fator característico de classe social, muito pelo contrário. O importante é passar a sua mensagem (seja qual for) e expressar a sua opinião sem ser privado de qualquer ação ou atitude (não somos obrigados a gostar, é conseqüência)... Sem ter que pagar para que sua música seja ouvida. Use a arte (da música) e o esforço próprio para apresentar o seu trabalho, e não busque uma fama superficial nas “costas” dos anúncios publicitários. Isso é infame. As pessoas não devem ser instruídas a te ouvir, mas sim, se identificar com o que você faz e com o que faz.